quinta-feira, 14 de abril de 2016

Há tempos, quando minhas convicções insensatamente julgadas insensatas, foram discriminadas, eu, como sempre, escrevi.

Que haja registro daquele momento...



Na jornada da vida, o objetivo de caminhar de pé e seguir em frente é demasiadamente exaustivo.

Ao me olhar e sentir a vida passando por mim através de sua incessante contagem dos segundos, minutos e horas, percebo a inevitabilidade da condição que me acomete. Humana!

Sou apenas mais uma "caminhante" nesse Terra, me esforçando para me manter de pé, livre, dentro de uma realidade que tricota ilusões.

Quando os anos ainda me eram escassos, me via forte, destemido, tenaz e certo de minha persipcácia nas decisões já tomadas e em todas aquelas vindouras.

Redundantemente arrogante e prepotente, ignorando a implacabilidade da vida e sua contagem de terror, seguia em frente certo de que era único entre todos.

Silenciosamente, lições me foram oferecidas. Muitas delas difíceis e incompreendidas pela minha frágil percepção, aonde eu, era o centro do universo, o "senhor" do meu destino.

Lições que trouxeram revolta. Revolta que trouxe desespero. Desespero que fez com que minhas decisões deturpadas fossem reveladas a mim, na forma de dor.

As ilusões que ajudei a tricotar ponto a ponto, logo se dissipam e me vejo afundado em realidade de forma nua.

Exposto em uma mar de hipocrisia e solidão, me afogo.

Sorrisos se tornaram "amarelos", abraços vazios, palavras sem conteúdo. Tudo é direcionado com tamanha sinceridade por aqueles que pouco sabem e pouco perceberam. São só mais um ponto na malha de mentiras.

O espelho jamais vai refletir o que importa. Os olhares, antes, os espelhos d'alma, já não são capazes de dizer a verdade e assim se torna cada vez mais difícil a caminhada em postura "ereta".

Vagarosamente um servo quebrado se ajoelha. O que acreditei ser bom em mim, morre. Essa é a doença que ajudei a criar. O demônio que habita em mim. A força que se vai...

Cansado! Frustrado! Não tenho com quem falar!

A inteligência da qual me "acusam" ser possuidor, se tornou um calabouço, aonde sufoco meus pensamentos, meus sentimentos, incapaz de expressa-los. Impossibilitado pela incompreensão daqueles que me oferecem sorrisos, abraços e palavras.

Não posso dizer. Sou proibido de sentir. Não tenho respeito por meus "irmãos" e lentamente o perco também por mim.

Não sou a vítima...
Não sou o fraco...

Em um mundo insano e de fábulas, vítima e fraqueza são só mais uma parte do conto.

A vida é vivida dentro de um mundo absurdo, de uma realidade travestida por nossas ilusões.

As batalhas não cessam na guerra aonde não há possibilidade de vitória.

Os aliados, são poucos. Aonde todos fazem sangrar, poucos podem curar...

Volto-me a mim novamente. escrevo e leio como se conversasse com um outro alguém. Um amigo certo porém ilusório que não emite uma opinião sequer sobre tudo que digo. Ele apenas ouve, lamentando o fato de ter demorado tanto a perceber a vulnerabilidade da condição, aonde arrogância e prepotência nada mais são do que mais uma ferramenta no choque de realidade que a vida oferece.

Grato por fazer parte disso sempre serei.

Ansioso para ver o desfecho da contagem, mais ainda.

Me arrastando, tentarei seguir até o doce final.

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