quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Em um pesadelo, onde me vi preso dentro de um mundo de pessoas que se apunhalam com sorrisos, se traem com beijos e abraços, se abandonam jurando lealdade, me desesperei.

Em um pesadelo, onde relações e pessoas se tornaram descartáveis, onde a fé foi deturpada, onde a criação foi estuprada, me desesperei.

Em um pesadelo, onde o bem e o mal se misturam, onde os bons assassinam de forma sádica seus irmãos, os abandonando, os usando, os enganando, me desesperei.

Em um pesadelo, onde o caos é negado, me desesperei.

Em um pesadelo, do qual me liberto apenas quando adormeço em raros momentos de paz e sonho, eu me desespero...

Agora em um sonho caótico...

...onde o tudo e o nada se misturam.


Sentem isso?

É o tempo e sua constante contagem de terror que nos leva ao inevitável final. 

E lá, somente lá, aqueles que não conseguiram perceber a violência da realidade e do tempo, contemplarão a fragilidade da condição humana e o horror da morte que levará tudo e todos, os igualando finalmente.

Seremos iguais...
Amém!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Tudo novamente...

Ouvi algo, em uma realidade abstrata, de uma criatura nascida do propósito misterioso de um criador, sobre qual era a diferença entre o crente e o ímpio.

Em uma certeza cinza, o crente, afirma saber o que, porquê e como as coisas aconteceram e onde tudo vai dar.

O ímpio por sua vez, em uma certeza cinza, afirma saber o que, porque e como as coisas não aconteceram e onde tudo não vai dar.

Nessa pálida analogia da situação, posso afirmar em uma certeza igualmente cinza, que a única semelhança é a "cor" da certeza...

Cinza e pálida é a certeza que nos cerca...

Imperceptível compreensão da cor turva que nossa certeza tem.

E amanhã, eles, eu e vocês, estaremos aqui, cobertos de "cinza", nos debatendo e assistindo a tudo que se repete...

Tudo novamente.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

É natal...

Que no determinismo oportunista das coisas e sua realidade, nos saudemos.

Nos saudemos pela ausência de todo o ano...

Nos saudemos pela inaptidão diante daquilo que mata nosso convívio...

Nos saudemos pela hipocrisia do "feliz natal e tudo de bom", para aqueles que se contentam com isso e mais nada. Daqueles que não estavam lá quando precisamos...

Nos saudemos pela miséria...

Nos saudemos pela inevitabilidade do caos que nos cerca e que de fato é o maior presente que recebemos de alguém inter estelar...

Mas que aqueles que estavam sempre ali, e não precisam se saudar por nada, continuem, regados a champagne e pipoca, assistindo o circo de horrores, se deliciando com a mentira que alivia nossa putrefata convivência, e que entre eles e somente entre eles, possa mais uma vez, ter mais um motivo para sorrir as custas daqueles que celebram com tanta alegria a festa pagã do nascimento do salvador cristão.

Jesus, regado a bicabornato de sódio, se contorce, tentando digerir a azia dessa coisa toda...

Feliz natal.


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

É difícil digerir o que acontece ao nosso redor:
     politica, economia, meio ambiente, guerras, tudo parece inter-relacionados.
Posso discernir um pequeno quadro, um pálido esboço, dessa nossa realidade:
     mesquinharia, avareza, luxuria, ira, inveja, gula, vaidade, preguiça.
Tenho tudo isso e com enorme orgulho ...
... mas a "preguiça" persiste mais do que qualquer outra ...
Preguiça de tentar entender apropriadamente "a profecia" que nos foi destinada para compreender plenamente a sinistra agenda da minha existência ... é essencial reconhecer.
Então, que aconteça a apostasia, que se manifeste então o homem do pecado, o filho da perdição ...
mas que aconteça rápido, não nos faça ficar esperando.
E que no final o fim aconteça, não nos deixe à eternidade.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Da preguiça...

...ver o vazio das relações humanas, onde se mantem afinidade ou proximidade com alguém, com um "joinha" em uma página de internet.

Da preguiça...

...olhar as idas e vindas de todos nós, agindo programados para sustentar um sistema corrupto que nos aleija.

Da preguiça...

...sorrir sempre, na maioria das vezes sem vontade, para cumprir os clichês de convivência entre pessoas que nada tem a oferecer.

Da preguiça...

...assistir os acéfalos pensantes na utópica busca por mudanca, fazendo as mesmas coisas que nunca funcionaram.

Da preguiça...

...tanta coisa da preguiça. Poderia escrever por inúmeras horas, das inúmeras coisas que dão preguiça. Mas seria só mais uma coisa inútil, na teia de ilusões que alimenta essa porra toda.

E isso...

...da preguiça.
Ser diagnosticado louco é fruto de se conseguir percepções reais dentro de uma realidade absurdamente surreal.
O silêncio chora.

Dentro de cada sensação, de cada gesto, de cada coisa - por mais simples que esta seja - que vivenciamos, nos deparamos com uma infinidade de sentimentos, que nos levam a inevitável frustração da realidade dos dias que se passam.

Ao se estar vivo, somos forçados a coexistir com tudo aquilo que foi colocado neste mundo, sem ao menos conseguir ter uma percepção de saber qual é de fato, nossa real vontade.

Trancados dentro de nós mesmos, sufocando nossos desejos, nossas convicções, nossa fé, somos forçados a nos provar a todo momento para que alguma aceitação social, aconteça. Nosso respeito pelas pessoas se torna tão pequeno e mesmo assim, de alguma forma absurdamente surreal, nos submetemos aos seus testes.

Pessoas envenenadas pelo mundo que criamos. Presas na sua segura "realidade", confiantes de que são eternas dentro da inevitabilidade da morte. Ausente de graça... desgraçados.

A dor é cada dia maior e já não temos mais com quem conversar.

Não temos mais um ouvido miserável sequer que se coloque na condição de ouvir, sem críticas, sem julgamentos. No tempo da conectividade, no tempo das redes sociais, nos tornamos tão frios quanto as máquinas que criamos.

Nos tornaremos obsoletos!

A solidão imperceptível cresce dentro dos nossos corações, de nossa alma, aterrorizando sadicamente nossos pensamentos, nos transformando no monstro do qual temos mais medo.

Certamente, quando acordarmos, teremos que encarar face a face o demônio que ajudamos a criar...

Seremos forçados a perceber que por detrás de todas as distrações e barulhos de nossa "vida moderna", sozinhos nos tornamos...

Nessa hora de realidade absurda, teremos a convicção sóbria e certa de que desde de sempre, o silêncio chora.





quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A exigência por respostas esta em todo lugar.

A sede pelo conhecimento total, para justificar o agora, é a odisseia humana.

Nossa mente sobriamente embriagada de razão, nos leva aos mais ilógicos raciocínios, formulando devaneios como se fossem questionamentos sensatos sobre a explicação da universalidade de tudo aquilo que nos cerca.

Enlouquecedora vaidade que nos domina, fazendo com que nosso ego, esconda nossa mediocridade, nos tornando incapazes de reconhece-la e perceber nosso lugar dentro do conjunto das coisas.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015


Pobres diabos


Meus ‘irmãos’ da espécie padecem aos desejos um tanto quanto exuberantes da sociedade que tanto acreditam amar.


Incapazes de tomarem decisões por si só, viajam em um senso comum absurdo de ideias e comportamentos, se debatendo em busca da aprovação e aceitação da sociedade e das regras que esta mesma impõe. Marionetes!


O livre arbítrio que tantos defendem, o direito de ir e vir e tomar decisões, nada mais é que uma ilusão fúnebre de um sistema corrupto que faz com que os patéticos seres ‘pensantes’, aqueles que se auto intitulam ‘intelectuais da espécie’, sigam em fila indiana tudo aquilo que o sistema impõe. Caminhando alegremente ao precipício.


Existe uma lista pré-determinada que acaba sendo a regra vigente dentro das decisões tomadas pelos acéfalos pensantes. Porcos chauvinistas, arrogantes prepotentes, egocêntricos, que nada conseguem além de seguirem programados, aceitando e engolindo todo o lixo cultural, que vem em progressão geométrica, que lhes é enfiado goela abaixo.

Merda com sabor de chocolate.


Ninguém questiona nada, porém são todos juízes daqueles que se recusam a viver da mesma forma que eles. 

Lixos desgraçados!

Julguem-me louco.

Digam que o que penso não passa do devaneio de uma mente doente, de uma personalidade duvidosa. Mas digam que penso!

Infelizmente não posso dizer o mesmo de vocês, parasitas! Nada tens de mim a não ser meu repúdio, meu nojo, minha pena...


...e todos os meus questionamentos!


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Talvez, quando este modelo fracassado de sociedade entrar em colapso e tudo da maneira que conhecemos se for, haja vida novamente.

Os poucos que restarem, se tratarão como irmãos. Sem ricos, sem pobres. Sem mentiras e ganância. Sem inveja, sem miséria...

Nos sentaremos à mesa da natureza com porções iguais a todos e teremos, finalmente, paz!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Em um mundo insano, qual é a escolha mais sã?

Talvez não existam escolhas. Talvez a vida e seu ciclo incessante de idas e vindas do começo ao fim e fim ao começo, seja essa mesmo. Repleta do mais do mesmo que causa frustração daqueles que já perceberam que o tudo e o nada são a mesma coisa.

Absurdamente sóbrio dentro de um mundo de loucura, aqui vou eu...

...Ao infinito e além!

O sentimentalismo barato que acomete a condição humana e nos guia como ferramenta da regra da ilusão predominante e que insiste em reger nosso moribundo convívio, nos levará a ruína.

Somos forçados a aceitar e acreditar que sozinhos não estamos, dentro do mundo do faz de conta que apelidamos "realidade".

Patéticos!

Não é possível existir realidade dentro de um mundo de faz de conta.

Vamos encarar a realidade de forma nua.

Aceitar que nossa miserável condição não nos permite tamanha arrogância. Aceitar, que estamos aqui, vivendo no inferno, apenas por não sermos dignos de mais nada e quem sabe assim, tentar modificar algo.

Já soubemos coexistir com o mundo. Já soubemos fazer parte do todo sem interferir, sem destruir, sem possuir nada que nunca foi nosso. Já soubemos...

Hoje, não sabemos mais nada e achamos que tudo conhecemos.
Não vivemos mais nada e achamos que estamos vivos.
Na época da ostentação de merda, ostentamos com orgulho a miséria da nossa sociedade.
 
Como faremos para sobreviver ao vazio que criamos e nos enfiamos de ponta cabeça?

Talvez esse seja o segredo dos poucos que tentam de alguma forma viver dignamente em um mundo imoral.

Viver em paz, caminhando no inferno!

Maldito determinismo.