segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O silêncio chora.

Dentro de cada sensação, de cada gesto, de cada coisa - por mais simples que esta seja - que vivenciamos, nos deparamos com uma infinidade de sentimentos, que nos levam a inevitável frustração da realidade dos dias que se passam.

Ao se estar vivo, somos forçados a coexistir com tudo aquilo que foi colocado neste mundo, sem ao menos conseguir ter uma percepção de saber qual é de fato, nossa real vontade.

Trancados dentro de nós mesmos, sufocando nossos desejos, nossas convicções, nossa fé, somos forçados a nos provar a todo momento para que alguma aceitação social, aconteça. Nosso respeito pelas pessoas se torna tão pequeno e mesmo assim, de alguma forma absurdamente surreal, nos submetemos aos seus testes.

Pessoas envenenadas pelo mundo que criamos. Presas na sua segura "realidade", confiantes de que são eternas dentro da inevitabilidade da morte. Ausente de graça... desgraçados.

A dor é cada dia maior e já não temos mais com quem conversar.

Não temos mais um ouvido miserável sequer que se coloque na condição de ouvir, sem críticas, sem julgamentos. No tempo da conectividade, no tempo das redes sociais, nos tornamos tão frios quanto as máquinas que criamos.

Nos tornaremos obsoletos!

A solidão imperceptível cresce dentro dos nossos corações, de nossa alma, aterrorizando sadicamente nossos pensamentos, nos transformando no monstro do qual temos mais medo.

Certamente, quando acordarmos, teremos que encarar face a face o demônio que ajudamos a criar...

Seremos forçados a perceber que por detrás de todas as distrações e barulhos de nossa "vida moderna", sozinhos nos tornamos...

Nessa hora de realidade absurda, teremos a convicção sóbria e certa de que desde de sempre, o silêncio chora.





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